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A segunda temporada de Bridgerton já está entre nós e trazemos uma entrevista exclusiva a Kate Sharma, Simone Ashley.
Os novos episódios de Bridgerton já estão disponíveis na Netflix! Dessa vez, a trama acompanha a história de amor entre Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) e Kate Sharma (Simone Ashley). A nova temporada é uma adaptação do segundo livro da franquia, “O Visconde Que Me Amava”, um dos favoritos dos fãs.
Sendo a protagonista de uma das histórias mais queridas da Netflix, Simone Ashley conta um pouco em conteúdo exclusivo como foi fazer parte da família Bridgerton, o que podemos esperar o romance entre sua personagem e o Visconde, o relacionamento com a irmã mais nova e muito mais. Confira a entrevista:
Considerando que a primeira temporada de Bridgerton foi um imenso sucesso, como foi entrar no elenco nesta temporada?
SIMONE ASHLEY: Foi muito emocionante. Sou grata de verdade por fazer parte disso. Lembro de ter ouvido falar da série quando saiu a primeira temporada, perto do Natal, e eu estava gravando Sex Education. Estávamos no carro e todos comentavam de Bridgerton e falavam de assistir, então agora ter a oportunidade de fazer parte disso é muito, muito emocionante mesmo. Descobri que o papel era meu enquanto trabalhava em outro projeto e, no começo, não podia contar para ninguém. Fiquei muito empolgada.
Bridgerton tem uma legião de fãs vinda dos livros, que se empolgou muito com quase todos os aspectos da série. Como a segunda temporada equilibra a fidelidade aos livros com a expansão da história de maneiras novas e interessantes?
SIMONE ASHLEY: Uma das mudanças mais empolgantes foi a criação dessa família nova que chega à cidade — uma família sul-asiática. Nos livros, minha personagem é conhecida como Kate Sheffield, mas na série ela é Kate Sharma. Kate é muito conhecida e amada pelos fãs dos livros. Ela é uma mulher forte, independente, impetuosa, esperta e inteligente, e eu acho que esses foram os principais aspectos que eu quis trazer à personagem: alguém que realmente usa o cérebro, é bem inteligente e tem decoro, mas também tem esse ímpeto de seguir o coração.
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Bridgerton é conhecida por ser uma série muito diversa e inclusiva. O que significou para você, uma atriz asiática, fazer a protagonista feminina?
ASHLEY: Está sendo uma experiência incrível. E acho que o mérito é dos nossos roteiristas e do showrunner, Chris Van Dusen, que foi categórico em querer uma sala de roteiro mais diversa. Fico muito grata por isso, porque mostra que uma ideia, um pensamento, pode se espalhar e contagiar mais pessoas. E foi isso que me trouxe até aqui.
Kate é muito perspicaz e diz o que pensa. Foi interessante interpretar uma protagonista como ela?
SIMONE ASHLEY: Sem dúvida. Kate também tem muito poder no silêncio. Ela escolhe um pouco as batalhas onde entra, e há momentos em que ela fica quieta para seguir um plano, para não agitar muito a situação, manter o decoro. Há muito poder nisso também. Ela é incrivelmente esperta e conhece suas prioridades. Também é sagaz e humilde; sabe que não é perfeita e nem sempre conduz as coisas com perfeição. Também gosto muito disso nela.
Conte um pouco sobre o papel de Kate na família e a dinâmica das Sharma.
SIMONE ASHLEY: É uma dinâmica muito feminina. Temos Kate, a irmã mais nova Edwina, e a mãe delas, Mary. Infelizmente, elas perderam o pai há algum tempo. Às vezes uma morte pode dividir a família, mas, neste caso, foi um fator de união das três. Kate assumiu a função de cuidar de Mary e Edwina, e com isso acaba sendo bem controladora. Ela tende um pouco a tomar decisões por todas, e isso pode ser bom e ruim. Mary ainda está processando e sofrendo a morte do marido, e há muito trauma por voltar à Inglaterra e enfrentar a cidade. Isso coloca muita responsabilidade em Kate, para cuidar de Edwina e garantir um bom casamento para a irmã. Ela sente uma grande obrigação com relação a isso. Kate não vai a Londres à procura de um marido ou de um casamento para ela mesma, então está totalmente concentrada em Edwina.
Um dos centros emocionais desta temporada é a relação entre irmãs. Você pode nos contar como é essa relação especial entre Kate e Edwina (Charithra Chandran)?
SIMONE ASHLEY: Estar em um país diferente e ter alguém que entenda você, saiba de onde veio e tenha as mesmas lembranças nostálgicas, alguém que seja como sua melhor amiga, esse é um relacionamento muito especial. Consolida raízes, ajuda a manter os seus pés no chão; é muito bonito. Kate e Edwina se adoram, apesar das diferenças. Elas têm personalidades muito diferentes, mas apreciam uma à outra de verdade por isso.
Como é o conflito interno de Kate com seu senso de dever e de fazer o que se espera dela, e como ela enfrenta isso?
SIMONE ASHLEY: Por ser a irmã mais velha, Kate às vezes sente o peso do mundo nas costas; ela tem muita responsabilidade, assim como Anthony. E são muitos conflitos com relação a isso, por ter perdido o pai — ela perdeu o pai e a mãe biológicos —, então de certa forma é ela e ela no mundo. Ela nunca se coloca em primeiro lugar e teve que aprender a lidar com o próprio trauma. E ela definitivamente tem medo de confrontar todos esses sentimentos. Acho que é mais fácil para ela pensar primeiro nas outras pessoas.
O relacionamento de Kate e Anthony Bridgerton (Jonathan Bailey) é uma série complexa de mal-entendidos, frustrações e negações. Conte um pouco sobre a dinâmica deles nesta temporada.
SIMONE ASHLEY: Às vezes, quando encontramos alguém com as mesmas qualidades que temos, achamos essa pessoa irritante. Isso acontece muito com Kate e Anthony. Eles são incrivelmente parecidos e se reconhecem um no outro. Eles são forçados a passar muito tempo juntos por causa da situação e de como tudo se desenrola, e logo essa frustração vira algo um pouco mais divertido, mais terno. Eles se irritam um com o outro, mas é porque são espelhos mesmo. Eles se reconhecem. Ambos perderam o pai e ambos estão incrivelmente magoados e ainda processando todos os sentimentos relacionados a isso. Eles acabam fazendo algumas escolhas questionáveis, como vimos na primeira temporada com Anthony. É muito especial encontrar alguém com os mesmos medos que você, com as mesmas mágoas. Assim, dá para enxergar toda a loucura, que pode ser intimidadora para outras pessoas, e ver o ser humano por baixo de tudo aquilo. Quando Anthony perde a calma e afasta as pessoas, é muito importante ter alguém que diga: “Você pode tentar me afastar o quanto quiser, mas não vou a lugar nenhum”.
Kate tem uma dinâmica particularmente interessante com Lady Danbury (Adjoa Andoh), a protetora das Sharma nesta temporada. Você pode nos contar um pouco sobre essa relação?
SIMONE ASHLEY: Sendo a mais velha, Kate está acostumada a fazer tudo do jeito dela, mas elas estão na casa de Lady Danbury, e não na própria casa. Ali, Kate é uma convidada, e sabe disso muito bem. Ela nem sempre consegue fazer as coisas do jeito que quer e nem controlar tudo. E Lady Danbury meio que coloca Kate em seu lugar. Kate encontrou alguém como ela, o que a força a aceitar conselhos, ouvir que está errada, e seguir orientações. Kate entra em conflito com Lady Danbury, sim, mas também a respeita e ouve o que ela diz. Foi muito divertido interpretar essa dinâmica com Adjoa.
Kate vai a alguns bailes incríveis nesta temporada. Como foi filmar essas cenas luxuosas?
SIMONE ASHLEY: Foi um prazer enorme! São cenas lindíssimas de filmar, e todos trabalham muito para que saia tudo certo. Mas quem brilha mesmo são os bailarinos. São pessoas incrivelmente talentosas e ficam no estúdio o dia inteiro repetindo aquelas coreografias muitas e muitas vezes. E arrasam em todas elas. Achei que seria muito difícil aprender a coreografia, porque a ideia de dançar me deixa um pouco nervosa, mas nosso coreógrafo Sean “Jack” Murphy nos ajudou literalmente no passo a passo. Sempre que precisávamos ensaiar, era só chegar. E, quando a gente internaliza a coreografia, passa a curtir e se entregar à cena e à conexão com quem está contracenando naquela hora. As luvas meio que colocam a gente no personagem. Você vai ensaiar, de moletom ou algo assim, e depois chega no estúdio com o vestido, os sapatos, o espartilho e tudo mais, o cabelo, a peruca e a maquiagem. E assim que veste as luvas, parece que alguma coisa muda.
Você tem alguma lembrança especialmente divertida das gravações desta temporada?
SIMONE ASHLEY: Eu sempre falo das Corridas Reais. Era minha primeira semana de gravação, e estava sendo perfeito, porque o tempo estava lindo, agradável, estávamos todos juntos e eu estava sentindo o gostinho do mundo de Bridgerton pela primeira vez. Eu adorei aquela cena porque é a primeira vez que vemos Kate se divertir, torcer pelos cavalos, arrancar as luvas e se atrever um pouco fazendo uma aposta. Você começa a ver esse lado dela. A alta sociedade olha para ela e acha que ela é uma solteirona mandona, mas nessa cena ela realmente se solta.
Como foi filmar a famosa cena de pall mall no Aubrey Hall e por que essa cena é tão importante para o relacionamento de Kate e Anthony?
SIMONE ASHLEY: Foi muito divertido, nós jogamos de verdade, então foi uma gritaria danada. Os dois são bastante atléticos. Ele pratica esgrima, ela é uma ótima amazona, e ambos são incrivelmente competitivos. O pall mall os obriga a focar no jogo e sair do papel de irmãos mais velhos, a esquecer as responsabilidades. É nesse contexto que surgem as gargalhadas, as quedas na lama e que encontram algo em comum. E é muito irritante quando alguém percebe: “Olha, eu realmente não gosto de você, mas estou me divertindo muito”. Eles são forçados a se deixar levar.
A segunda temporada de Bridgerton já está disponível na Netflix!