James Bay leva toda a sua essência como artista para palco de show virtual

Não é segredo pra ninguém que durante o período de pandemia do COVID-19 os artistas tiveram que se reiventar para continuar trabalhando e mantendo o contato com seus fãs, né? E com James Bay não foi diferente. O cantor realizou ainda pouco um show virtual com venda de ingressos direto do Shakespeare’s Globe, um dos teatros mais lendários e renomados de Londres. E apesar do show já ter sido pré-gravado e não em tempo real como seus fãs esperavam, o cantor entregou vocais impecáveis, cantando ao vivo durante toda a gravação.

Após uma abertura com imagens áereas da cidade, a música escolhida para iniciar o evento foi “Scars” — música do primeiro álbum de James, o “Chaos And The Calm” — e acompanhado apenas por uma guitarra ele já ditava desde o começo a vibe intimista e um tanto acústica que o show teria. Porém, ao finalizar “Scars”, o cenário onde ele se encontrava foi apagado, fazendo com que o cantor se encaminhasse para o palco principal, onde sua banda o esperava com suas guitarras, baterias e teclados prontos para auxiliar James na apresentação de “Peer Pressure”, sua parceria com Julia Michaels, e todo o resto do show, que mesmo com a ausência dos fãs era possível sentir a energia e o quanto eles estavam se entregando ao trabalho que faziam.

(Reprodução/Foto: via @jamesbaybra)

Provando mais uma vez que a sua intenção com esse show era se conectar ainda mais com seus admiradores, nenhuma das brincadeiras que James fazia com sua banda entre uma música ou outra foi cortada da versão final, o que nos dava a sensação de estar lá com eles, vivendo aquele momento. E pouco antes do meio do show os acordes de “Let It Go”, um dos maiores hits da carreira do cantor tomaram conta do teatro, o que resultou em mais uma performance perfeita da música que desde 2014 vem sendo um dos pontos mais alto de qualquer apresentação de James. Como se “Let It Go” não nos trouxesse nostalgia o bastante, logo em seguida veio “If You Ever Want To Be In Love”, repetindo assim a mesma sequência de música que teve em seu primeiro álbum.

Um dos pontos altos pra mim e que mais chamou a minha atenção é que, por estar apenas James e sua equipe no teatro, eles não pouparam esforços para aproveitar o espaço por completo, fazendo trocas de cenário que combinavam perfeitamente com o que tinha sido proposto desde o começo. E enquanto um coral cantarolava os versos finais da última música mencionada, Bay se levantou de seu lugar e caminhou para o lado externo do local com um jogo de câmera perfeitamente posicionado até que ele chegasse em uma sala de luz baixa para começar a tocar um piano servindo vocais em “Break My Heart Right”, que serviu de abertura para um set acústico — coisa clássica nos shows do cantor — que ainda contou com um cover de “Life On Mars?” do David Bowie.

(Reprodução/Foto: via @jamesbaybra)

Mas o clima acústico não durou muito tempo, já que ao finalizar o cover de Bowie o cantor realizou o mesmo percurso de antes, voltando ao encontro de sua banda para performarem juntos “Pink Lemonade”, “Craving” e “Wild Love” num teatro a base de luzes azuis que davam uma energia totalmente diferente ao ambiente em que eles estavam e ao show de James, que mesmo com bateria e guitarras mais altas e presente ainda se mantinha bem intimista como no início. Antes de encerrar, James falou diretamente com seus fãs, dizendo estar com saudade de encontrá-los mas que no momento todos precisam se manter protegidos. E claro que a música escolhida para encerrar foi o clássico “Hold Back The River”.

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(Reprodução/Foto: via @jamesbaybra)

No geral, o show foi bem o que já estamos acostumados a ver James fazendo: misturar acústico com elementos mais puxados pro rock alternativo. E por estar em um lugar tão lendário e histórico como o teatro Shakespeare’s Globe, era notório que ele e toda a sua banda estavam bem emocionados e felizes por estarem ali. Porém, ao meu ver pessoal, a apresentação foi incrível para o momento, o que me leva a crer que se ela ficasse disponível para ser assistida várias vezes poderia se tornar enjoativa, o que de certa forma é uma coisa boa, visto que o intuito de cada show é ser vivido naquele exato momento.

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