O programa brasileiro Fantástico desse domingo exibiu uma reportagem sobre os últimos dias de vida de Cory Monteith, morto na última semana por consequência de uma mistura de álcool e heroína deixando milhares de Gleek’s desolados ao redor do mundo.
Em uma competente reportagem comandada pela repórter Elaine Bast, o programa percorreu as ruas de Vancouver e teve acesso exclusivo ao hotel onde o ator/cantor foi encontrado morto.
Confira o release e a matéria abaixo:
Uma mistura letal de álcool e heroína. Essa foi a combinação que pôs fim à carreira do ator canadense Cory Monteith, de acordo com o laudo preliminar da autópsia, divulgado esta semana. A história de Cory reflete a de tantos outros ídolos que se foram cedo demais.
O vídeo ao lado mostra o último vídeo de Cory Monteith. O recado, gravado no voo para Vancouver, no Canadá, era para uma fã: “Fique longe de confusão e continue na escola”, disse o ator.
O ator, de 31 anos, conquistou milhões de fãs ao redor de mundo – inclusive no Brasil – como o adolescente Finn Hudson no seriado “Glee”.
Na história, Finn é um jovem popular, estrela do time de futebol americano da escola.
Mas ele vê a reputação ameaçada quando entra para o coral dos esquisitões do colégio.
No palco, se apaixona pela música e por Rachel – a líder do grupo – interpretada por Lea Michele.
No dia 6 de julho, Cory Monteith – que morava em Los Angeles – se hospedou em um hotel de luxo no centro de Vancouver. Foi em um quarto do 21º andar que Cory passou os últimos sete dias de vida.
Quando entrou, encontrou uma garrafa de vinho dada pelo hotel como cortesia. Depois de sair com os amigos na sexta à noite, ele voltou ao quarto, sozinho, às 2h15 da madrugada. Era devia ter deixado o hotel no sábado de manhã. Pouco depois do meio-dia um funcionário decidiu verificar por que o hospede não havia deixado o quarto. Quando entrou, encontrou Cory já morto.
Ninguém sabe ao certo o que aconteceu depois que ele entrou no quarto. A polícia encontrou sinais de consumo de droga e de bebidas.
Na terça-feira (16), o laudo preliminar da autópsia apontou overdose, causada pela mistura tóxica de heroína e álcool.
“As evidências mostram que foi um acidente triste e trágico”, afirmou a porta-voz do Instituto Médico Legal.
Em um comunicado, o empresário de Lea Michele, a namorada de Cory, disse que a atriz está profundamente agradecida pelo apoio dos amigos e dos fãs. E pediu privacidade. Muitos famosos se manifestaram nas redes sociais.
Uma semana após a morte do ator muitos fãs ainda estão inconformados com essa tragédia. Várias pessoas vão até o hotel para prestar homenagens a Cory. São flores, velas, fotos e mensagens de carinho.
Emilye levou um desenho. “É ele com a namorada, sempre amaremos Cory”.
Muito emocionado, Richard Monteith, primo do ator, levou flores. No Brasil, muitos fãs também lamentaram a morte do ator. “Sete milhões de fãs perderam seu ídolo”, fala Giovanna Parise.
Giovanna é tão fã que fez uma tatuagem para o Cory. “Ele sempre falava essa frase, que a vida é muito curta para levar a sério”.
“Ele ajudava muito os outros e acabou não conseguindo ajudar ele próprio”, acredita Giovana Giannini.
Desde os 13 anos, Cory Monteith convivia com as drogas e a bebida. Tinha passado o mês de abril internado em uma clínica de reabilitação.
“Quando eu era criança, eu tive muita dificuldade para entender quem eu era, o que deveria fazer com a minha vida. Tive muita sorte de ter sido inspirado pelas artes”, dizia Cory.
Foi em uma escola de Vancouver, que Cory aprendeu a atuar. Em troca das aulas, ajudava na faxina.
A cidade considerada uma das melhores do mundo para se morar também esconde perigos. Segundo pessoas próximas a Cory, o ator estava determinado a largar a bebida e as drogas. Mas, sempre que ia para Vancouver, reencontrava velhos amigos e velhos vícios.
A pouco mais de um quilômetro do hotel onde Cory estava hospedado, fica um local conhecido pela pobreza, prostituição e tráfico de drogas. E uma das mais usadas por lá é a heroína. O ator circulou no local na última semana de vida.
Um bar foi o último lugar em que Cory foi visto com os amigos. Segundo as pessoas que acompanhavam o ator, ele estava alegre falante e evitava tomar bebidas. Depois do barzinho, Cory teria ido para uma boate. Em seguida, ele voltou ao hotel, sozinho.
Ele jantou em um restaurante com a dona, Maureen Webb, de quem era amigo desde os 19 anos. Ela também administra um programa social, apoiado pelo ator, que ensina teatro e artes plásticas para crianças pobres. “Cory queria que as crianças se sentissem especiais, que soubessem que pertenciam a este lugar, onde podiam aprender a cantar e a atuar. Nós conversamos sobre isso naquela noite. Ele estava ótimo, muito feliz, adorável como sempre”, explica Maureen.
A produtora Leslye Diana acompanhou Cory na época dos testes para o seriado “Glee”. “Ele sempre levou a carreira muito a sério e sabia o que queria. Na época da seleção para o seriado, ele mandou um vídeo em que tocava uma bateria improvisada, com copos e potes de plásticos. Ele disse que era mais músico do que cantor, por isso preferia mandar um vídeo assim. E acho que gostaram disso. Mas na audição não teve jeito, ele teve que cantar. Quarenta e cinco minutos depois do teste, ele me ligou e disse: ‘eu consegui’. Foi muito bacana”, conta a produtora.
Os produtores ainda não decidiram como a série vai continuar sem Cory. A morte repentina do ator, que parecia estar vencendo a batalha contra as drogas, foi um capítulo que não estava previsto.
A psiquiatra Ana Cecília Marques explica que a mistura de heroína com bebida alcoólica faz com que o dependente perca a capacidade de avaliar a realidade.
“Existe uma sobreposição de efeitos. Tanto o álcool, o etanol, como a heroína, são depressores, drogas depressoras, que diminuem o funcionamento do organismo e do cérebro como um todo”, explica a médica.
Giovanna não quer que Cory seja lembrado por causa da overdose. “Não importa como a pessoa morreu e sim como ela viveu”, acredita.
