ENTREVISTA: O sentimento de realização do elenco de “O Melhor Verão das Nossas Vidas”

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Quem aí é o louco do cinema e está ansioso para assistir “O Melhor Verão das Nossas Vidas“? Bom, a gente já assistiu – algumas vezes rs – e podemos dizer que estamos apaixonados por um filme! O longa, que tem como protagonistas as BFF Girls, chega aos cinemas nessa quinta-feira (23) e nós conversamos com o elenco para saber de algumas curiosidades e bater um papinho com eles.

Mas pra quem está boiando, o filme segue Giu, Laura e Bia que estão prestes a se apresentarem em um festival de música durante as férias, mas acabam ficando de recuperação. Com a ajuda dos amigos, elas conseguem dar uma fugidinha, se apresentam e ainda vivem o melhor verão, com muita amizade, amor e música. Pra quem quiser conferir a crítica que fizemos, basta clicar Aqui e você poderá ver tudo completinho. Mas já podemos adiantar que o filme é MUITO engraçado e bate aquele orgulhinho das meninas.

O Febre Teen perguntou pra elas se já tinham imaginado isso acontecendo, a gravação de um filme. Porque as meninas vieram do “The Voice Kids” e o grupo foi formado depois da participação delas no reality, só que o caminho delas até onde estão hoje foi relativamente rápido e muito lindo.

“Eu acho que fazer um filme sempre foi um sonho meu. Nunca passou pela minha cabeça que realmente aconteceria. E poder ver esse trabalho nas telas é um sentimento de realização e gratidão muito grande, porque antigamente parecia uma coisa muito inalcançável pra mim, sabe?” – Bia Torres

“Nem caiu a ficha na verdade. Até hoje. Você olha e acha que tá assistindo um filme do, sei la, do Disney Channel.” – Giulia Nassa

“É, pra mim com certeza, nem cai a ficha. Tipo ‘ah, não sou eu. É outra pessoa’.” – Laura Castro

E enquanto gravavam o filme, elas tinham que conciliar as gravações, com a agenda de shows, com gravação de música, escola, família, vida social. É gente, não é tão simples assim ser um adolescente nesse mercado. Mas elas disseram que deu tudo certo porque se divertiram juntas e a família ajudou bastante.

“Eu acho que conciliar tudo seria a maior dificuldade em ser artista na nossa idade mesmo. Tem que conciliar escola, vida social, essas coisas. Mas a gente tem a nossa família, os nossos amigos. A gente tem pessoas que estão sempre ajudando a gente. Então é isso que torna tudo muito mais leve, muito mais fácil, muito mais gostoso.” – Laura Castro

“A gente tem família, graças a Deus, e umas as outras.” – Giulia Nassa

“E o fato da gente tá juntas faz a gente se divertir, o clima sempre fica muito mais leve. E nem parece que a gente tá trabalhando, sabe? Parece que a gente tá sempre brincando.” – Bia Torres

O gato que faz o par romântico da Giu no filme é o ator Murilo Bispo. Além de atuar, ele também é cantor e super fofo! Diferente dos outros longas em que o galã é o popular da escola, o capitão de algum time, nesse o galã é um cara sensível que se importa com a família, amigos, amor e música. Queríamos saber como foi pra ele fazer Theo e mostrar esse lado masculino mais sensível do jovem.

“O Theo, ele é um menino muito do bem assim. Eu acho que a grande dificuldade de trazer o Theo pro filme foi justamente essa. Ele tem o vies galanteador dele que é o que a gente vê em todos os outros filmes, principalmente por ser par romântico de uma das protagonistas, mas ao mesmo tempo ele tem uma irmã surda, que ele mostra um carinho e sempre reforça isso, essa relação familiar que ele tem. Então, sem dúvidas, foi um desafio bastante grande conseguir unir essas duas pontas assim, e eu tenho certeza que as pessoas vão se apaixonar pelo personagem porque ele realmente é muito querido.” – Murilo Bispo

Reprodução/Divulgação

A irmã surda que ele fala é a Carol, interpretada pela Bela Fernandes. No filme ela é uma menina super fofa e é surda oralizada, ou seja, ela sabe falar e faz uma ótima leitura labial, mas precisa do auxilio das libras para se comunicar. Então precisávamos matar essa curiosidade de saber como foi pra Bela interpretar a Carol e como foi a preparação dela.

“É um mundo assim completamente diferente. E logo no início eu pensei ‘caraca, e agora? Será que eu vou conseguir? Eu vou fazer alguma coisa errado? Mas eu tive muita ajuda da minha preparadora. A gente estudou muito. Eu tive contato com pessoas surdas que não falavam nada, tive contato com pessoas surdas oralizadas, assisti vários filmes, e aprendi muita coisa. Até fiz uma chamada hoje em libras porque acho que eu nunca vou esquecer, né? Você tá aprendendo ali uma nova linguagem. E pra mim foi um desafio muito grande e ao mesmo tempo um aprendizado muito bom. Eu amei!” – Bela Fernandes

E ela também está na novela “As Aventuras de Poliana“, fazendo o papel da Filipa, e durante as gravações do filme também estavam rolando as gravações da novelinha do SBT. Imagina que doideira ter que fazer os dois ao mesmo tempo! Então Bela nos contou um pouquinho como fez pra conciliar tudo isso e se chegou a pirar um pouco, porque a Carol e a Filipa são meninas completamente diferentes.

“É muito difícil você juntar dois trabalhos ao mesmo tempo. Eu tava gravando a novela e ao mesmo tempo uma das coisas que eu tinha muito medo, sei la, porque eu tava fazendo a Felipa, e as vezes dá uma esquecida e eu falava ‘não, são dois personagens muito diferentes’. Como era um trabalho que eu queria muito fazer, justamente por ser um personagem muito diferente, a gente pediu e eles liberaram algumas diárias e aí corremos nesses dias e conseguimos gravar as cenas da Carol”. – Bela Fernandes

Mas o elenco não é só formado por adolescentes não, porque o humorista Maurício Meirelles tem um papel super importante no longa. Ele é Denis, o tio de Julio (um amigo das meninas), e dono da pousada em que eles ficam hospedados no Guarujá. Só que ele é aquele tio bobo que todo mundo quer ter por perto, que só fala besteiras e que sempre dá pra se divertir com ele.

Do elenco adulto, ele é o que mais aparece e o que mais conviveu com toda essa galera nova, e ele disse que aprendeu bastante com eles. Começou a ver os adolescentes com um outro olhar e quebrou o esteriótipo que ele tinha deles um tempo atrás.

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“Eu aprendi bastante. É muito legal porque eu acho que tem um estereotipo da gente achar que o adolescente ele é chato. A vida inteira foi isso. E quando você começa a conviver com alguns você começa a falar: ‘não cara, as vezes o chato é você’, porque as meninas por exemplo, cara, era de igual pra igual. Não tem essa coisa de tratar elas como ‘a adolescente’, simplesmente vamos bater um papo. Tá, não gosta disso, não gosta daquilo. Que que achou da cena, que que não achou.’ Talvez a internet tenha transformado tudo numa grande mesa de bar onde a gente senta e bate papo. Não tem mais aquela coisa do adolescente tipo ‘ai, você não sabe nada da vida’. Vamos bater esse papo. Deixa eu entender, entende o meu lado. E a coisa tá indo bacana.” – Maurício Meirelles

Ele ainda disse que foi um trabalho em que o clima estava bem leve e que adorava acordar e ir gravar, bater um papo com o elenco e assim que é bom né. Ir trabalhar com gente que você gosta e se divertir ao mesmo tempo.

“Não sei se o Adolpho fez uma triagem de achar os melhores adolescentes do mundo. As vezes o resto é muito chato, mas esses em especial foi muito bacana.” – Maurício Meirelles

O Adolpho que ele citou é o diretor do filme, Adolpho Knauth, que estava na mesma sala do humorista durante a entrevista e os dois estavam brincando direto um com o outro e se ajudando nas respostas. Perguntamos pra ele como foi dirigir essa galera mais nova, se todo mundo era comportado ou se foi mais difícil.

“Dirigir essa molecada toda pra mim foi espetacular porque eles são muito comprometidos. É um universo adolescente que eu não conhecia a fundo, confesso que eu não conhecia a fundo. E fiquei apaixonado pela determinação, pelo olhar, como eles veem, como eles se colocam, como eles se posicionam hoje. Eu fiquei impressionado com eles. Eles deram uma aula de comprometimento e de profissionalismo. Zero problemas com eles.” – Adolpho Knauth

Reprodução/Divulgação

Mas pra terminar, queríamos saber qual a opinião deles sobre o preconceito que filmes adolescentes brasileiros sofrem. Porque a nossa geração foi criada a base de filmes adolescentes gringos, principalmente os americanos. Nós mesmos, do Febre Teen, podemos dizer isso, porque crescemos na geração Disney Channel. Mas o cinema brasileiro vem ganhando um espaço grande com artistas como as próprias BFFs, a Larissa Manoela, a Maísa e mais uma galera.

“Porque o povo é preconceituoso com tudo. Eu acho que a gente tá vivendo a primeira fase onde você consegue ter a grande identificação. Por que? Porque antigamente a gente era muito formatado com o que o americano gostava. O cinema fazia esse espelho. E hoje, cara, essas meninas ,elas conversam diariamente com adolescentes, porque elas têm Instagram, elas têm stories, elas têm o Tiktok. Eu acho que ela – a adolescente – se identifica muito com a adolescente brasileira que sofre os mesmos males que elas sentem. Então eu acho que tá começando a aproximar. A internet trouxe a aproximação.” – Maurício Meirelles

“Eu acho que o brasileiro tem preconceito com o conteúdo nacional. Tem filmes nacionais pra adolescente brasileiro e são muito bacanas. Só que você tem o preconceito, que vem da geração muito da gente, que tinha o preconceito com o filme nacional, sabe? Então isso passou um pouco pra eles. Mas eu acho que a galera que tá vindo fazendo filme nacional pra essa molecada tá deixando de tratar os adolescentes fantoches, como adolescentes caricatos. Que eu acho que isso era o maio problema pra eles. Os adolescentes querem ser representados nas telas, ou em qualquer lugar, da forma real, como eles realmente são. Então eu acho que isso aos poucos vai ser quebrado.” – Adolpho Knauth

E pra quem ficou curioso para saber a história completa do filme, como as meninas fogem da recuperação e como acontece o festival de música, marquem ai: “O Melhor Verão das Nossas Vidas” estreia no dia 23 de Janeiro em todos os cinemas. Nós assistimos e já adiantamos, vale a pena!

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