CRÍTICA: “Brightburn” traz versão obscura e sangrenta de história clássica do Superman

Bom, no início dos anos 90, a Marvel criou uma série de quadrinhos reimaginando e recriando histórias marcadas pela editora. Já imaginou se Pepper Potts fosse a heroína? Ou se Mary Jane fosse picada pela aranha ao invés de Peter Parker? Ou se a história do Superman fosse recriada em um outro formato, puxando para o terror? Então, isso aconteceu.

“Brightburn – Filho das Trevas” (2019) é o novo filme de terror produzido por James Gunn, o diretor de “Guardiões da Galáxia”. Dessa vez, ele trouxe uma versão sombria, repleta de sangue, da mitologia do Superman. Esperado pelos fãs e pelo público desde o anúncio na Comic Com Experience, a história funciona como um exercício de imaginação sobre o que aconteceria ‘se’ o  herói viesse à Terra com a missão não de salvá-la, mas de dominá-la e destruí-la.

Foto/Legenda Sony Pictures

Gunn conseguiu trabalhar nessa ideia que resultou em um pesadelo sangrento e curioso. Trazendo efeitos, visuais e potencial para uma nova franquia, até mesmo pelo final sem sentido com engate para uma outra história, o diretor pode trazer versões bem pessimistas dos famosos heróis dos quadrinhos. Dentre a minha opinião, isso é um grande ponto para investir. O cinema está carregado de filmes de heróis desde o inicio de 2000, chegou a hora de transformar isso em algo novo.

O diretor David Yarovesky optou contar sua história de horror de forma bem objetiva e inevitavelmente a decisão implicou em pontos positivos e negativos.

A história não cansa o espectador, apesar de sabermos exatamente como é a história do Superman, o longa acaba prendendo você na cadeira. Apesar de não explicar muito bem alguns pontos, e deixar o roteiro um pouco raso, a trama tem tudo para seguir uma sequência.

Foto/Legenda Sony Pictures

O elenco está bem afinado e mais uma vez, Elizabeth Banks ganha destaque. Ela interpreta a mãe de Brandon (Jackson A. Dunn), que também mostrou ser a escolha perfeita para o personagem.  O sentido de perigo é transmitido com eficiência em todos momentos que o garoto aparece e os últimos minutos elevam os níveis de tensão.

Se você procura algo como um bom thriller, procure outro filme; os jump scares não chegam a irritar, mas a entregam a ameaça do personagem em cada final de cena, porém deixou de aprofundar as relações entre os personagens, nem conflito emocional para o protagonista.

Foto/Legenda Sony Pictures

Logo no início, vemos uma família tradicional e feliz, até que Brandon aceita a mensagem alienígena e a missão de subjugar o planeta. Talvez seja um caso de possessão, ou alguma entidade controlando ele, mas não ficou bem explicado. Deixou a desejar.

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Existem cenas em que você fica ansioso, exatamente na hora em que o personagem começa a entender o que está acontecendo. A conclusão é: ficou em aberto trabalhar um pouco mais na transição maligna.

“Brightburn – Filho das Trevas”  é uma mistura de “A Profecia”, “Superman” e “Exorcista”, clássico dos horrores. James Gunn pode ter dado entrada em uma nova onda cinematografia de heróis.

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