Crítica: Adoráveis Mulheres vai além da obra literária e aborda luta feminista do século XX

Bom, desde que ouvimos falar sobre os primeiros rumores da nova adaptação de Adoráveis Mulheres, o número de expectativas veio aumentando cada vez mais pelo público mundial.

O romance tem recebido muitos elogios e um forte reconhecimento com indicações em várias premiações, incluindo uma indicação importante ao Globo de Ouro deste ano. E não esperávamos menos do que isso.

A nova adaptação de Greta Gerwig, a cineasta responsável por trazer aos cinemas mais uma versão clássica do livro de Louisa May Alcott, do século XX, tornou-se uma das obras-chave de literatura juvenil norte-americana ao longo do último século.

Elaborando uma linguagem romântica, poética e suave, o filme tem respeito às tradições, ao feminismo e a luta. E pela segunda vez, Greta foi além da obra para encontrar formação, ela buscou trazer os sentimentos dos personagens para você, entregando uma sensação de alívio e vontade, o que deixou a história intrigante.

Nessa nova versão, a cineasta trouxe a história de Jo (Saoirse Ronan), Amy (Florence Pugh), Meg (Emma Watson) e Beth (Eliza Scanlen). De início, dividida em dois períodos: o auge e as complicações da adolescência e o início duvidoso da vida adulta, onde você precisa passar pelas escolhas mais importantes da sua vida.

Eles passam a se completar em uma maneira de potencializar as emoções das histórias muito além do que está no papel e as excelentes interpretações de todo o elenco. E claro, um detalhe importante para se lembrar e se aventurar no longa, Laura Dern, Meryl Streep e o queridinho de Hollywood, Timothée Chalamet.

A divisão entre os dois tempos, no entanto, fica marcado pelo trabalho visual e fotográfico do filme, e pela paisagem e encanto do figurino. Usando a mesma ideia de Lady Bird, ela tende a buscar uma alteração da paleta de cores e certas escolhas da fotografia de Yorick Le Saux, diretor de fotografia francês.

A história se baseia na época da Guerra Civil e mesmo o surto de escarlatina, mas Gerwig persiste em preservar elementos da aura juvenil das irmãs para ambos os momentos.

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O filme aborda uma forte mensagem feminista. Entre as falas marcantes do livro e do roteiro impressionante de Greta é: “Estou cansada dessa gente que diz que as mulheres são feitas para o amor, cansada mas também solitária. Sinto-me sozinha.”.

Jo é forte, destemida, individualista e foge de todo padrão imposto pela sua família. De forma inteligente e inspiradora, ela consegue mudar o destino de todas as pessoas em sua volta, inclusive o das suas irmãs.

Um detalhe que chamou a atenção e irá prender o público durante a exibição, é a forma de como ela trabalhou a diferença de personalidade das irmãs e como isso – de alguma forma – deixou visivelmente agradável e curioso. E que apesar da diferença, todas precisam uma da outra, exalando um amor incondicional pela família.

O curioso e empolgante disso tudo, é a constatação e formação da maturidade em que elas acabam adquirindo de acordo com a história, superando desavenças e intrigas passadas, tornando-se gratas por suas presenças nas vidas umas das outras. O que me deixou surpreso foi a forma de como Emma Watson entrou no papel – e aqui vai um pequeno spoiler – é um papel extremamente diferente de tudo o que ela fez.

Adoráveis Mulheres chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 9. Não percam.

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